Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?” (Lucas 7:41-42)
Jesus fez esta pergunta a Simão, que respondeu, corretamente, que amará mais aquele a quem foi perdoada a dívida maior. O que Simão não entendeu de pronto foi que aquela pecadora, justamente por ser conhecida por seu pecado e não mais pelo próprio nome, teria a dívida maior.
Você sabe de quem estou falando? Falo da pecadora que foi até a casa de Simão, o fariseu, e chorou aos pés de Jesus (Lucas 7:36-48). Ela molhou os pés de Jesus com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos , beijou-os e os ungiu com perfume. O pecado dela deveria ser grande mesmo, porque ela realmente se humilhou para Jesus na frente dos convidados daquele fariseu.
Simão, em pensamento, repreendeu a atitude daquela mulher. E ainda fez mais, duvidou da onisciência de Jesus! Ele ficou se perguntando se Jesus era mesmo profeta, porque, na opinião dele, se Jesus soubesse o que aquela mulher fez, jamais deixaria que ela sequer encostasse nele… Que dirá fazer tudo o que ela fez? Nunca!
Com certeza a mulher sabia que algo assim poderia acontecer. E não falo dos pensamentos de Simão, falo de Jesus se afastar quando ela se aproximasse. Quantas vezes você não cometeu um pecado e achou que não era mais digno (a) de se aproximar de Jesus? Comigo já aconteceu, mas Ele me mostrou que eu estava errada, assim como mostrou a todos os convidados que muitos pecadores, como aquela mulher, amam muito mais e mais sinceramente do que muitos conhecedores da Palavra.
A época em que me achei indigna de continuar perto de Jesus, foi justamente quando mais corri atrás dele, e é justamente isso que devemos fazer! Confuso, não? Se já aconteceu com você, você sabe que não há nada confuso no que eu disse. Se nunca aconteceu, deixe-me explicar: quando eu estava nessa situação, eu pedi perdão a Deus pelo pecado cometido, e pedia para que eu fosse limpa de todo o pecado, que eu ficasse digna de novo. Jesus realmente limpou o meu coração naquele momento e me perdoou, assim como Ele perdoa TODOS os meus pecados, tantos os já cometidos quanto os que eu vou cometer até o fim da minha vida (sim, sou humana e tenho apenas 20 anos, vou tropeçar, cair e me reerguer muito, se Deus assim me permitir!).
Só que quando eu cometo pecados “pequenos”, eu não me humilho tanto diante do Senhor. Essa é a diferença que Jesus fez Simão entender. Muitos deles, eu até esqueço de pedir perdão a Deus. Nem sempre a gente se lembra de que xingar por ter sido pisado no meio de uma multidão é pecado. Mesmo se você não sabe quem te pisou e, consequentemente, quem você está xingando, esse pecado é tão pecado quanto se você tivesse matado alguém. Afinal, para Deus não existe pecados grandes ou pequenos, quem colocou tais rótulos foi a sociedade. Nós nos humilhamos para Jesus apenas quando a sociedade diz que o nosso pecado é grande, mas deveríamos ser humildes sempre, e sempre buscar o perdão divino!
E nunca nos importar com possíveis repreensões, como a de Simão. A mulher não se importou com o tamanho do seu pecado ou com o que iriam falar dela, ela simplesmente foi até Jesus e se humilhou diante dele. E assim obteve o perdão. O amor dela foi o combustível que a fez seguir firme até o objetivo. E certamente ela precisou de muito combustível para enfrentar seu pecado e os falatórios e prosseguir! Mas se você acha mesmo que pecou pouco, não amará o suficiente para seguir até o Alvo, que é Jesus, pois aquele a quem pouco é perdoado, pouco ama (Lucas 7:47).
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