
Sendo limitados, mais cedo ou mais tarde, experimentaremos um momento de desânimo, de medo, ou até de “síndrome do pânico espiritual”, em que nos esconderemos do mundo e se fosse possível até de Deus.
Leia toda a história do profeta Elias, do capítulo de 1 Reis até o capítulo de 2 Reis. É comum ouvirmos pregações sobre a passagem de 1 Reis 19:8-18 sobre o momento da vida do profeta Elias em que ele se esconde em uma caverna por causa da perseguição da rainha Jezabel. Muitas são as lutas que enfrentamos diariamente: ter tempo para o trabalho, família e igreja; lidar com os colegas de trabalho não salvos que testam a nossa fé; lidar com os familiares que às vezes não conseguem ver que Deus nos usa; lidar com os irmãos na igreja que às vezes não nos deixam crescer ou que têm inveja de nós; lidar com pessoas que tentam trazer o nosso passado à tona para nos envergonhar; lidar com o próprio diabo que, de várias maneiras, tenta nos destruir… E assim, vamos vivendo lutando a cada dia, agradecidos a Deus por nos sustentar sempre. Mas muitas vezes as nossas forças dão lugar ao cansaço, ao desânimo e à falta de fé e, no desespero, achamos que a melhor saída é nos esconder do chamado de Deus.
O profeta Elias foi um homem grandemente usado por Deus – profetizou e por 3 anos e meio não se viu chuva; profetizou novamente e a chuva voltou a cair; orou e fogo desceu do céu, matando os profetas de Baal e assim por diante. Porém, ele, homem sujeito às mesmas paixões que nós, também pensou que parar a caminhada e se esconder era a solução para se livrar de Jezabel.
E assim como falou com o profeta, Deus também hoje nos fala: “O que fazes nesta caverna?” Mesmo que o medo da realidade seja grande, mesmo que haja insegurança e falta de fé, mesmo que tenhamos baixa auto-estima e sentimento de solidão, Deus não nos chamou para sermos covardes a ponto de nos esconder dos problemas. Fugir deles não te faz vencedor. Eles estarão te esperando quando você sair.
Elias se esqueceu de algumas coisas ao se esconder na caverna: a) que era o poder de Deus que sempre esteve com ele operando sinais maravilhosos, portanto, ele estava seguro; b) que, mesmo se ele morresse, Deus já havia escolhido um para dar sequencia ao seu ministério, pois Ele é quem opera através dos homens, o que significa que a Obra não vai parar por nossa causa (Moisés podia também ter se sentido e agido como Elias, pois difícil foi sua tarefa de conduzir o povo de Israel à Terra Prometida e não lhe faltaram motivos para querer parar. Entretanto, mesmo sabendo do limite de seu ministério, ele o cumpriu até o final, deixando para Josué a continuidade da sua tarefa); e c) que Deus não age através de nós somente com os grandes sinais, mas também nas nossas pequenas ações e até no silêncio.
Toda vez que pensarmos em “dar um tempo” na obra de Deus, precisamos considerar esses pontos. Quando Moisés morreu, Josué ficou com uma responsabilidade enorme e, creio eu, ele deve ter pensado que não seria capaz. Contudo, Deus lhe garantiu que Sua presença poderosa estaria com ele por onde quer que ele andasse assim como esteve com Moisés, bastava ter ânimo (Josué 1). A mesma coisa Deus nos garante hoje. Ele nos chamou para vencermos no nome de Jesus. Temos o Espírito Santo em nós, que é maior do que o que está no mundo. Não percamos mais tempo escondido se Deus já nos capacitou para a obra. Deus é contigo e agindo Ele, quem impedirá?
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