
Ela é, sem dúvidas, uma das mais famosas da Bíblia, dotada de ricas revelações que já começam nas primeiríssimas palavras do inicial verso e vão seguindo num caminho suntuoso diretamente até o seu coração. Vamos descobrir?
Sem aprofundar-nos muito em estudos históricos, apenas com uma simples base de interpretação do texto, podemos concluir que esta passagem aconteceu em um período após o despontar da fama de Jesus, ou seja, assim que Ele começou a realizar os seus milagres e consequentemente atrair muita gente atrás de si. Isso é fato porque uma multidão já o seguia, e pelo visto, esperavam ansiosos por ouvi-lo. Como um verdadeiro filho unigênito de Deus, nosso Mestre “sentiu” esse anseio exalando pelas vias mais ocultas de todas aquelas almas e, com isso, decorreu-se o que lemos em Mateus 5.1, logo nas primeiras palavras do versículo:
“Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte…”
Ele viu a multidão, só que, para fazer o que fez, não se trata apenas de uma olhadinha qualquer. Tipo aquelas sem compromissos, sem muitas intenções, ou as clássicas “rabo-de-olho” (o que particularmente acho uma expressão muito assustadora). Foi um vislumbre além do físico, material, natural. Ele olhou realmente dentro de todas aquelas pessoas, e numa fração de segundos enxergou seus problemas, seus medos, suas ansiedades… Tudo isso. Consequentemente, eu acredito, através da inspiração divina, que Jesus concluiu: “Opa! Não posso perder tempo aqui com papo-furado, falando de futebol, política, televisão… Esse povo está precisando de uma palavra de paz, de vida!”.
Abrindo um rápido “parênteses”, com essa atitude, assim como todas as suas, na verdade, Jesus está nos ensinando algo bem forte. Obviamente, nem todos temos uma multidão de milhares ao nosso redor, mas ainda que sejam dez, cinco ou quem sabe até uma alma… É uma alma, ela é importante! E precisa da Palavra de Deus! Logo, não podemos perder tempo, principalmente nos intervalos do almoço – seja do trabalho, da faculdade ou da escola – com ladainhas entre os nossos colegas ímpios. É bom descontrairmos, colocarmos as novidades em dia, porém não podemos jamais deixar de encaixar o Evangelho de Cristo em nossas conversas (Provérbios 15.23).
E não para por aí. Assim que viu aquela galera toda, e sentiu suas necessidades mais escusas, o Mestre não começou simplesmente a falar. Perceba que há uma ação – outra atitude – antes do início de fato do sermão. Ele sobe uma montanha – lugar este que acabou por codenomear esta tão conhecida conferência. E há um segredo, não muito revelador, na verdade, mas pertinente, na montanha. Porque montanha é um lugar alto, acima do nível, mais elevado. Jesus era e é Onisciente, nada que faz é por acaso. Subir naquele monte era nada mais que uma metáfora de que o que estava para dizer era algo tão grande, importante, sobrenatural… Que não dava para dizer neste nível natural. Teria de subir, sair da Terra, sair da normalidade, elevar-se à revelação Divina! Foi exatamente isso o que Ele fez, e por isso que o seu discurso até hoje conquista e transforma tantas vidas.
Quantas e quantas pessoas, dotadas de boas intenções na realidade, querem conquistar almas! Ser usadas para transformá-las, impactá-las, mudar o rumo de suas histórias… Mas vivendo uma vida tão natural. Tão próxima da terra (mundo) e de seus prazeres. Se alguém quer de fato mudar a vida de outrem, não dá para fazer isso tão perto da terra. Tem de estar o mais perto possível do Céu!
Uma vez lá em cima, as revelações fluíram como uma nascente de águas vivas. E alguns litros deste “rio” que transborda pelo capítulo 5 de Mateus você vai conferir em seguida, nos próximos artigos desta nossa nova série. Aguardem!
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